foto: por Agência Sebrae
O Sistema Sebrae divulgou, esta semana, o resultado da pesquisa nacional ‘Expectativas dos Pequenos Negócios para 2018’, realizada com 5.867 Micro e Pequenas Empresas para descobrir suas impressões sobre o andamento das atividades no ano de 2017 e suas perspectivas para o ano que se inicia. Como destacou o Sebrae em Alagoas, são dados que não norteiam apenas as decisões estratégicas de atendimento, mas como os empresários visualizam as políticas públicas que impactam no ambiente de negócios.
As perguntas giraram em torno da situação das empresas, como pagamentos em atraso, dificuldades e estratégias, terceirização de mão de obra e aquelas que contam com participação das famílias. No cenário macro, a situação da economia do país, com atenção ao fim da crise política, eleições e impacto da corrupção também foram abordados na pesquisa, conduzida por telefone entre os dias 10 e 24 de outubro de 2017.
No geral, pôde ser comprovado que os empresários estiveram pessimistas em 2017, mas esperam que a situação melhore em 2018 – tese defendida por quase 65% dos entrevistados. Mesmo que acreditem que a crise econômica só irá melhorar em 2019 (17% dos entrevistados) ou 2020 (50%), cerca de dois mil dos empresários consultados pretendem adotar alguma nova medida para estimular as vendas este ano. E metade de todos os empresários irão fazer investimentos em seus negócios.
Nesse ponto, há uma diferença essencial na faixa etária dos empresários. A tendência para a inovação nas vendas é mais expressiva entre os jovens, tendo propaganda e marketing como a estratégia mais citada entre aqueles de maior grau de instrução escolar. Entre aqueles com menor grau de escolaridade, o foco está no aumento da variedade de produtos oferecidos aos clientes.
“Não é uma regra formal ou um conceito que não se contesta, mas as pessoas com mais acesso a conhecimento têm mais chances que seus negócios deem resultado porque eles possuem mais ferramentas de pesquisa que possam incrementar seu trabalho. Da mesma forma, o empresário mais jovem, que é mais otimista em relação ao seu negócio, faz parte da geração digital e está imerso nisso”, explicou Ronaldo Moraes, diretor técnico do Sebrae em Alagoas.
O diretor esclareceu como a digitalização dos negócios e a relação com os clientes afeta os empresários mais velhos, que ainda lutam para se adaptar a novos perfis de consumo. “O empresário mais velho e que não tem tanta instrução tem que desprender mais energia e correr atrás dessas mudanças, ao mesmo tempo em que tem que estar de olho no seu concorrente. É um impacto que representa sobreviver ou não no mercado. Isso fala muito sobre a atuação do Sebrae também, porque torna difícil para esse empresário contratar serviços”, completou o diretor.
Cenário nacional
Ronaldo Moraes defendeu que os dados colhidos na pesquisa servem não apenas para que o Sebrae trace estratégias de atendimento, tendo mais clareza sobre o que busca o empresário, mas para que possa ter um entendimento sobre como esse empresário enxerga a realidade na qual está inserido.
Por exemplo, 25% dos entrevistados citou a alta taxa de desemprego do Brasil como um fator que afetou o desempenho da empresa em 2017, enquanto 31% apontou a corrupção como principal obstáculo. Da mesma forma, três em cada 10 entrevistados apontaram que impostos e taxas municipais têm pressionado os custos da empresa para cima, especialmente entre as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP).
Mais representados pelos prestadores de serviço e beneficiados com uma carga tributária menor, os Microempreendedores Individuais (MEI) equipararam o impacto do preço dos combustíveis, de matéria-prima e de mercadorias aos impostos e taxas municipais. Porém, uniram-se aos colegas ao somar os 51% dos empresários que consideram que a principal preocupação do Governo em 2018 deveria ser o combate à corrupção.
“Esses dados são para o Sebrae outro indicativo de ação, de que é preciso fortalecer as entidades que representam o empresário, a pequena indústria e o comércio, pois apenas em sociedades organizadas e de instituições fortes é que se verifica uma maior pressão e fiscalização sobre os governos. Os empresários também visualizam isso e demonstraram que estão interessados na efetividade das políticas públicas, sejam elas gerais ou que impactem em seu ambiente de negócios”, ressaltou Ronaldo Moraes.