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28/08/2012 09:46:33
BC completa um ano reduzindo juros
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Em 31 de agosto do ano passado, o Banco Central tomou uma decisão que mudaria o rumo dos juros e da condução da política econômica no Brasil. Foi há um ano que o Copom, comandado por Alexandre Tombini, começou a baixar a taxa de juros básica do país e não parou mais. Os juros saíram de 12,5% para os atuais 8% ao ano, com altíssima probabilidade de caírem para 7,5% esta semana.

Não é a primeira vez que o BC passa um ano reduzindo os juros. Mas é a primeira vez que chegamos a um nível tão baixo, com cara de que ficará assim por mais tempo. Em 2009, durante sete meses, conseguimos “beliscar” os juros de um dígito. Mas para não perder o controle sobre a inflação, o BC foi obrigado a voltar com a taxa para a casa dos 12%.

O período mais longo de quedas consecutivas da taxa Selic aconteceu entre setembro de 2005 e setembro de 2007, quando os juros caíram de 19,75% para 11,25%. Até 2005, as reuniões do Copom eram mensais. A partir de 2006, elas passaram a ser realizadas a cada 40 dias corridos, diminuindo a quantidade de decisões por ano.

O recorde de quedas seguidas dos juros no menor tempo possível aconteceu em 1999, quando o Brasil soltou as rédeas do câmbio e adotou o regime de metas para inflação. Naquele ano, o país vivia uma crise aguda de confiança, com uma intensa fuga de capitais e uma maxi-desvalorização do real.

Ao assumir o BC em março, Armínio Fraga jogou os juros para incríveis 45% ao ano. Foram 10 reduções seguidas até chegarem a 19,5% ao ano em junho, sendo seis delas anunciadas em encontros extras do comitê de política monetária.

No Brasil de hoje, os chamados fundamentos da nossa economia estão mais sólidos, o país não corre riscos de insolvência, como os que atormentam os europeus atualmente, e o câmbio responde com mais equilíbrio às intempéries do mercado financeiro. A inflação ainda é alta, comparada aos nossos pares, mas não está solta no mundo.

Contra tudo e contra muitos, o BC de Tombini começou a baixar os juros há um ano antevendo a trajetória de queda na atividade, que deve provocar um crescimento pífio de 1,7% neste ano. A redução da taxa de juros para o nível atual corrige uma distorção estrutural e coloca a economia brasileira numa condição mais saudável para financiar o investimento e o crescimento do país.

Como tudo na economia mundial está mudando, os efeitos das políticas adotadas pelo governo para estimular a nossa economia também mudaram. A intensidade e a velocidade da resposta a uma taxa de juros de 7,5% ao ano, como deve ficar a partir da próxima quarta-feira (29), ainda alimentam discórdias mas, principalmente, dúvidas.

A expectativa é que os louros comecem a surgir até o final de 2012, com uma retomada mais forte do PIB. Sanada esta, a próxima dúvida cairá sobre a inflação. Será preciso mais tempo para conhecer essa resposta

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